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30 de julho de 2024Como uma das comorbidades mais comuns de encontrar em obesos é a diabetes mellitus do tipo 2, hoje nosso blog será focado na doença e em seus tratamentos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o diabetes afeta cerca de 250 milhões de pessoas no mundo. Só no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes afirmou que, em 2019, mais de 13 milhões de pessoas viviam com a doença, sendo esse um número com potencial de crescimento. O dado é assustador, uma vez que as doenças crônicas não transmissíveis (como diabetes), são responsáveis por mais de setenta por cento das mortes.
Sabe-se também que atualmente o diabetes está cada vez mais presente em crianças e adolescentes em todo o mundo. No Brasil, o número de crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus do tipo 2, principalmente na faixa compreendida entre os 8 e os 18 anos, tem crescido muito, por conta do aumento da prevalência da obesidade e do sedentarismo nessa faixa etária. De acordo com dadosda American Diabetes Association (ADA), há 50 anos o diabetes tipo 2 representava menos de 3% de todos os novos casos diagnosticados entre crianças e adolescentes. Hoje ele é responsável por até 30% dos casos registrados. No grupo dos adolescentes, segundo um estudo publicado no Journal of Pediatrics, a incidência do tipo 2 ultrapassa os 45% dos novos casos de diabetes.
O aumento no número de crianças com diabetes, principalmente do tipo 2, pode ser uma consequência direta dos maiores índices de obesidade, bem como do sedentarismo e do estresse desenvolvidos ainda na infância. O aumento no número de casos de diabetes na infância e na adolescência também é um reflexo da epidemia mundial de obesidade, decorrente do consumo excessivo de alimentos industrializados e pouco saudáveis, e também do aumento do sedentarismo dos jovens, muitas vezes associado ao aumento do uso de ferramentas tecnológicas.
O Dia Mundial do Diabetes foi uma data escolhida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reforçar a conscientização a respeito da doença, principalmente para evidenciar a importância da prevenção e oferecer alternativas para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes.
O que é?
O Diabetes Mellitus é uma doença crônica provocada pela falta ou incapacidade de utilizar a insulina adequadamente. A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, é responsável por controlar a quantidade de glicose no nosso sangue ou, em outras palavras, os níveis de açúcar.
Quais são os tipos?
Apesar de ter a mesma essência, existem algumas particularidades que dividem o diabetes em mais de um tipo. De acordo com o ministério da saúde, esses são os principais:
- Tipo 1: O próprio sistema imunológico da pessoa ataca e destrói as células produtoras de insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% das pessoas com diabetes, sendo mais frequente em jovens e crianças. Por esse motivo, o diagnóstico costuma ser feito na infância e adolescência.
- Tipo 2: Resulta da resistência à insulina. Ou seja, o corpo não produz uma quantidade suficiente do hormônio ou existe uma incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Esse tipo ocorre em cerca de 90% das pessoas com diabetes, sendo mais comum em adultos ou em pessoas acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação.
- Diabetes Gestacional: Decorrente das mudanças hormonais, a ação da insulina pode ser reduzida durante a gestação. O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar. Essa é uma condição que pode ou não persistir após o parto.
- Pré-diabetes: Condição caracterizada pelo nível de açúcar no sangue acima do normal, mas não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes. Serve de alerta, pois indica um risco grande da doença se desenvolver.
Qual o risco da doença?
A glicose é obtida por meio dos alimentos que ingerimos todos os dias. Eles são a nossa principal fonte de energia. O corpo precisa da insulina para conseguir metabolizar a glicose adquirida nesse processo, quando uma pessoa tem diabetes, ela não consegue utilizar a glicose adequadamente, provocando um déficit na metabolização desse carboidrato. Esses casos são caracterizados por hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue) de forma permanente, condição que pode provocar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos do paciente.
Como identificar?
Qualquer um pode ter diabetes, mas é importante analisar alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como:
- presença de pessoas com diabetes na família
- comportamentos sedentários
- obesidade
- hipertensão arterial
- idade acima de 45 anos.
Além disso, alguns sintomas podem indicar a presença da doença. São eles:
- fome frequente
- sede intensa
- desânimo
- fraqueza
- sonolência
- tontura
- perda de peso
- urina em excesso
- dificuldade na cicatrização de feridas e infecções frequentes.
É importante lembrar que, para cada tipo do diabetes, os sintomas podem variar. Portanto, nada substitui uma avaliação médica. Um simples exame de sangue pode revelar se você tem ou não.
Como tratar? Existe cura?
O diabetes não tem cura. O que pode acontecer é que a pessoa passe a apresentar, durante ou depois de um tratamento, níveis controlados de açúcar no seu sangue, que podem até serem níveis normais. Depois de diagnosticada, o tratamento do diabetes poderá ser feito tanto com insulina quanto com a medicação oral. Segundo o Ministério da Saúde, a insulina costuma ser usada para tratar o diabetes do tipo 1, embora sirva para alguns casos de tipo 2, como quando o pâncreas começa a não produzir mais o hormônio em quantidade suficiente.
Já a medicação oral é usada no tratamento de diabetes tipo 2 e, dependendo do princípio ativo, tem o papel de diminuir a resistência à insulina ou de estimular o pâncreas a produzir mais desse hormônio.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, algumas complicações podem surgir se o diabetes não for tratado de forma adequada. São elas: problemas neurológicos, na visão, nos rins, nos pés e nas pernas, além de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Se o paciente já estiver com diagnóstico de complicação crônica, há tratamentos específicos para ajudar na qualidade de vida.
A alimentação é uma aliada importante no controle e prevenção de diversas doenças, entre elas o diabetes, alimentos in natura e minimamente processados, evitam o consumo de ultraprocessados que são ricos em gorduras, sal, açúcar e aditivos químicos. Além disso, a prática de atividade física ajuda a controlar a glicemia, manter o peso saudável e controlar o estresse, fatores que também contribuem para a evolução da doença. Ter uma vida fisicamente ativa e uma alimentação saudável é fundamental, tanto para prevenir quanto para controlar o diabetes.