Saúde Bucal e Cirurgia Bariátrica
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12 de junho de 2024Dentre os diversos fatores da cirurgia bariátrica que mudam após o procedimento, a vida sexual do paciente também costuma passar por uma grande mudança, e esse será o assunto do nosso Blog de hoje.
Após realizar a cirurgia, o paciente terá sua vida social impactada principalmente por 2 motivos, o primeiro é hormonal e o segundo de auto estima.
Em relação ao fator hormonal, diversos fatores influenciam a pessoa obesa a ter queda na sua libido. A baixa autoestima e o desequilíbrio dos hormônios são os principais motivos para a queda do desejo sexual em obesos (além do efeito colateral de alguns medicamentos). Pessoas obesas costumam produzir leptina em excesso, essa substância exerce ação direta nas células do testículo, local onde é produzida a testosterona (hormônio responsável pela libido tanto em homens quanto em mulheres), se o hormônio estiver em quantia alta, desequilibra a testosterona, afetando o desejo. Além disso, também para homens, existe uma enzima chamada aromatase responsável por transformar testosterona em estradiol (hormônio feminino), homens obesos possuem essa enzima em maior quantidade, comprometendo a sexualidade de todo o organismo.
Para as mulheres, a obesidade traz níveis reduzidos de estrogênio, diminuindo a libido e podendo afetar outros fatores como o tamanho das mamas, ciclo menstrual e aumento da TPM. Além disso, a resistência à insulina, que pode causar a síndrome dos ovários policísticos (SOP), condição que leva à infertilidade. Ao emagrecer, o paciente passa a ter um metabolismo mais saudável, não passando por todos esses problemas citados.
Em relação à autoestima, diversos fatores alteram também a libido. A alteração da autoestima interfere na produção hormonal e também no estilo de vida da pessoa. Normalmente ao emagrecer, o paciente passa a se alimentar bem e também realizar atividades físicas, fazendo diferença para o corpo e também para o emocional, estimulando o aumento da libido. Quando o paciente se sente mais seguro em relação ao seu próprio corpo, naturalmente a vontade de fazer sexo aumenta.
Além disso, os pacientes apresentam menos limitações relacionadas à saúde durante o sexo, o que contribui para o aumento do desejo sexual.
Após a cirurgia, a libido da paciente irá aumentar?
Não necessariamente, cada caso é um caso. Os fatores hormonais e de autoestima influenciam positivamente, porém em alguns casos acontece de a autoestima da paciente piorar devido ao emagrecimento rápido e ocorrência de sobras de pele.
Porém no caso de uma alteração negativa na libido, o que fazer? É interessante a mulher procurar um ginecologista e o homem, um urologista para investigar. Um psicólogo ou psiquiatra também pode ser uma opção.
Entre as mulheres é deve ser levado em consideração trocar o anticoncepcional (normal depois de uma bariátrica), uma vez que o uso ou não de método hormonal é diretamente ligado à questão da libido.
Porém a conclusão é que o mais comum é a bariátrica resultar em uma melhora da libido, principalmente pela elevação da autoestima e pelo controle de comorbidades, mas é importante lembrar que cada pessoa reage de uma forma. Fatores hormonais, físicos e psicológicos podem gerar o efeito contrário e acabar acarretando na diminuição da libido.
Foi apresentado um estudo na Obesity Week, encontro anual realizado pela American Society for Metabolic and Bariatric Surgery (Sociedade Americana para Cirurgias Metabólicas e Bariátricas, na tradução literal) e pela The Obesity Society (Sociedade da Obesidade, também em tradução literal) sobre a alteração trazida na vida sexual do paciente.
Para realizar a pesquisa, duas mil pessoas foram abordadas sobre suas vidas sexuais depois de cinco anos de cirurgia bariátrica. Um ano depois do procedimento, os pacientes demonstraram mais apetite e desejo sexual e mais satisfação com suas performances, além de menos limitações relacionadas à saúde durante o sexo.
O estudo revelou, ainda, que depois de cinco anos pós-cirurgia, 52% das mulheres e 58% dos homens mantém relações sexuais muito mais satisfatórias do que 31% e 28% daqueles que ainda não realizaram o procedimento, respectivamente.